Sei que me percebes e, mais do que isso, sei que me entendes. É bom sentir que não estou sozinha e que o facto de perder horas, dias, meses da minha vida a observar o que me rodeia e a tentar entrar nas suas mentes doentias, não faz de mim mais estranha que o resto dos habitantes. Ao menos, não fazes com que seja a única a pensá-lo.
No fundo, és interessantemente aborrecido e isso chateia-me. Talvez porque por muito que queiras impressionar com a tua lengalenga, mesmo antes de a vomitares, as palavras já se organizaram todas na minha mente, acabando com a surpresa mesmo antes de a planeares. E tudo o que deixa de ser surpresa, como a própria origem da palavra assim o designa - surprendre - já não surpreende.
Com tudo isto, dás-me assunto para eu pensar, reflectir e assimilar. Dás-me algo com que me entreter e fazes com que esta vida perca o sentido que nunca teve. Logo, é bom ter-te a atrapalhar os meus dias. É bom ver-te ridicularizar o meu pensamento, levar ao auge o meu sarcasmo. É inevitavelmente aliciante. Por isso, a única conclusão que posso arrancar de toda esta introspecção, é que és um desafio que eu não vou querer ganhar e, sem sombra de dúvidas, não vou querer perder.
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