terça-feira, 6 de outubro de 2009

É esta a paisagem que nunca deixarei de recordar. Durante longos doze anos, deixei pendurados pequenos pedaços meus, por entre os montes refrescantes da serra. E se há coisa que mais me dá prazer em recordar, é pegar nesses pequenos pedaços e vivê-los um a um; Sem medo do tempo ou do pensamento.
Cada vez que regresso à minha origem, à minha casa, ao meu lar, um novo brilho emaina as paredes e o chão carregado de cinzento, ganha outra cor. Todos os sorrisos que ficaram gravados nas paredes daquela casa, todas as palavras ditas, as lágrimas derramadas, tudo continua igual desde o dia em que entraram no mundo. O pôr-do-sol continua o mesmo, o ar puro que inspiro todas as manhãs continua assim mesmo, puro.
Nem eu sei o tamanho orgulho que transporto ao peito por saber que a terra que me criou é tão minha hoje, como há dezasseis anos atrás.

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