sábado, 5 de dezembro de 2009


Deixei o tempo encarregar-se de tudo. Tanto deixei que acabei por baralhar as ideias e trocar as cartas em cima da mesa. O tempo, realmente, tem o seu "quê" de importância, mas não é ele que toma as decisões por nós. Não é o tempo que corre atrás do amor que nos preenche o coração, amarrando-o com uma corda contra o nosso peito, de forma a não o deixar escapar. E eu estou, muito sinceramente, a provar o sabor mais amargo de todos, por ter cruzado os braços e... apenas ter esperado. Sentei-me debaixo da árvore, enquanto esperava que, quase miraculosamente, me caísse uma pêra entre as mãos, em vez de me ter levantado, trepado a árvore e ter arrancado as pêras que me apetecessem! Tudo bem, eu baixo as armas e admito que fui uma completa idiota por ter andado a julgar que todo o tempo que nos separa, todo o tempo que nos une, todo o tempo que passou com o vento, nos ia juntar assim... do nada. Foi uma completa luta contra o tempo, em vez de ter sido contra o receio,o orgulho.
Talvez tenha deixado as letras adormecidas sobre as linhas demasiado tempo, talvez tenha desperdiçado as letras nestes textos que não publiquei à tua porta. Agora tenho todas as certezas em cima da palma das mãos e sei que nenhuma delas me serve de nada. Já podia ter servido em tempos, se o medo não se tivesse apoderado de mim. Medo de amar? Como é possível alguém ter medo de amar? Como posso ter desperdiçado a minha oportunidade? Começo agora a perceber que muitas das vezes, o azar somos nós que o criamos por desperdiçarmos oportunidades por nos parecerem inoportunas ou completamente inalcançáveis. De momento, só posso mesmo lutar para que não te afastes de mim, nem para que deixes que te afastem de mim. "Quitters never win."

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